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Transcrição #4 - Tito da Silva Paranhos

Esta postagem receberá as transcrições de textos de diversos jornais e edições, seja textos de opinião, informativos ou comerciais, em que se tenha apontado a autoria como sendo de Tito da Silva Paranhos. É uma postagem em constante expansão e as transcrições respeitarão a grafia de maneira fiel.


Última inclusão em: 10/04/2025


  • Texto "Despedida", retirado da Edição 36, Anno II, de 4 de Março de 1897, do Jornal "Cruz Alta - Orgam do partido republicano".


Transcrição:


Despedida


Por impossibilidade de tempo e de espaço deixou de sahir esta minha despedida no ultimo numero da Redacção do ,,Cruz Alta'', por isso acceitei este meio que me foi obsequiosamente offertado pela Redacção do mesmo.

Do povo Cruz-Altense, a cuja hospitalidade generosa e digna, eu devo o bem-estar, a paz e a felicidade que gosei no periodo curto de perto de 2 annos; eu despeço-me mas as saudades que levo d'este torrão fecundo, de riqueza e de trabalho gigante em prol da prosperidade futura, que será invejada de todos os povos do Rio Grande; d'este diamante immenso engastado na cochila, , dorso do Leão Rio-Grandense, que devide as aguas do extenso e fertil Jacuhy, do poderoso Ijuhy, Ibicuhy e Uruguay, que desi(ilegível)bram-se com se (ilegível) ril o, tal a irradiação sublime do caracter benevole, são e impolluto dos homens, a lealdade e belleza peregrina e meiga das suas esposas e filhos, espartanos heroicos, na ultima lutta frairecida do Rio Grande, que juncou o sólo de cadaveres, e tingiu de rubro as aguas dos seus rios; são sinceros.

Retiro-me saudoso, mas cheio d'esta saudade pungente e amarga, que dilacera a alma, nos vescos da amargura por sentir o evócár intimo d'uma admiração por todos nós!

Cousa que lhe é cara, e que a voz do dever obriga a abandonar.

Os meus trabalhos, os meus esforços pela vida, são os algozes, os despotas que me ameaçam da doce quietação d'esta terra, mo desprendeu violentamente dos braços dos amigos, ferindo-me mais uma vez cruelmente no que mais elevado sinto viver em meu peito o coração! Fatalidade ou não sou forçado a deixar os meus bons amigos, mas se a saudade se dilata ao Infinito, creio que ella só morrerà em meu cerebro, com a extincção completa da vida caso além do mundo visivel, não haja vida, sol uma fórma, para continuar a mesma affeição, o mesmo reconhecimento e a norma e rogo-lhes relevarem as innumeras falias por mim commettidas na satisfação dos deveres sociaes, faltas as quaes não se póde furtar por não ser dada ao homem a executar fichante todos os planos traçados na orbita de sua existencia cheia de imprevistas difficuldades.

28-2-97.


TITO DA SILVA PARANHOS.


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